terça-feira, 12 de outubro de 2010

SONETO DO REGRESSO

Nunca mais falaremos em partir...
Eis-me aqui aos teus pés, arrependido,
Na angústia cruel de ter partido,
De voltar por não ter aonde ir.

Dê-me a mão outra vez, vamos seguir...
Nesse orbe, em lugar nos prometido,
Viveremos da luz do amor vivido,
Na promessa dos brilhos do porvir.

Não te trago as agruras da viagem,
Não conduzo as lembranças da paragem,
Dessa treva que fez-nos conduzir

Pela perpetuação desta semente.
- Pelos filhos, por nós, daqui pra frente
Nunca mais falaremos em partir.

Campina Grande, 12 de outubro de 2010.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

OUTRA ESTROFE

Se eu não resistir à tempestade
Que me assola e que me estraçalha o peito
Vou cair, mas antes procuro um jeito:
Vou tentar segurar-me na saudade.
Vou buscar ter sustentabilidade
Nos momentos felizes que vivemos.
Se eu sentir que não mais nos merecemos
Buscarei esquecer os dissabores,
Guardarei com paixão somente as flores
Do passado que um dia nós tivemos.

Campina Grande, julho de 2010.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O CORDEL

Vem de um tempo cruel, medieval,
Pelas ruas e feiras foi cantado,
Pelos centros mais cultos foi tratado
Como literatura marginal.
O seu nome nasceu em Portugal
Onde o mesmo era exposto num cordão;
No Brasil, numa nova geração,
Juntamente aos poetas da viola,
O cordel hoje entra na escola:
É cultura, é lazer e educação.

(Alfrânio Gomes de Brito)
Campina Grande, 14 de maio de 2010.