quinta-feira, 29 de maio de 2008

SOLIDARIEDADE

Alerta, amigos! Fomos convocados
A estender a nossa mão amiga.
Resgatar d’alma a caridade antiga,
Para atender aos desafortunados.

Buscar relíquias e esquecer passados
Que só causaram desamor e intriga.
É a hora certa de cessar a briga,
Pra socorrer os que foram alvejados.

Um holocausto surgirá de novo,
Se o egoísmo que domina o povo
Não for extinto como uma quimera...

Busquemos Deus, poço de bondade!
Pratiquemos solidariedade
Para que vivamos uma nova era!



Campina Grande, dezembro de l998.
(Composto a título de redação no Vestibular/1999 – Temas: SOLIDARIEDADE, NOVA ERA
)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Meninos, eu vi!

Era um coroamento ou uma coroação?

Heim?
Lá fora, soberano, bailava dividindo os céus...

E regozijante no seu exibicionismo, duplicou-se.


Ma-ra-vi-lha!!!!!!!!!!!
E a poesia estava ali... Bem pertinho da nossa escrivaninha!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

ANOITECER NO SERTÃO


E eu estava ali!
Do meu alpendre, desfrutava e colhia as nostágicas e reveladoras faces do arrebol no esplendor dos céus do meu querido Pajeú. Numa mão, uma câmera; na outra, adivinha...! Uma boa dose de cachaça brejeira e um umbu-cajá.
Acho que causei inveja ao nosso querido poeta Rangel Júnior - pela paisagem, é claro!

terça-feira, 13 de maio de 2008

CONFIDÊNCIAS

Parabéns nesta data... Eu tanto quis
Encontrar-te e falar do quanto a amei.
Redimir-me do mal que só te fiz,
Dar-te o beijo final que não te dei.

Este dia é um legado e o guardarei,
Muito embora tome outra diretriz,
Do teu nome jamais esquecerei,
Mesmo quando esquecer que fui feliz.

Galgues mundos e assim construa histórias...
Multipliques, prosperes, alcances glórias
Que eu não pude em meu mundo tão singelo.

Se voltares, enfim, tenhas certeza:
Podes vir de plebéia ou de princesa
Que terás no meu peito o teu castelo.


Campina Grande, junho de 2001.

VOTOS DE PRIMAVERA

Parabéns, meu amor! Meu peito saltita...
Nesta homenagem que minh'alma presta
Eu te quero minha e muito mais bonita
Nesta primavera que te envolve em festa.

Parabéns, meu amor, quando a mim só resta
Devido a distância, a dor infinita
De não abraçar-te, não beijar-te e esta
Dor crescente açoita a minh'alma aflita!

Parabéns, meu amor! Até não sei quando...
Incansavelmente sigo te esperando;
Pra guardar-te, fujo a quaisquer assuntos.

Não curtas saudades ao sabor das unhas!
Degustes meus versos... Meras testemunhas
Das saudosas noites que passamos juntos.



Campina Grande, dezembro de l999.

PARABÉNS DE VERDADE

Parabéns! Nesse abraço que se adia
Até posso sentir-te... És a mais linda
Nesta data em que à luz foste bem-vinda;
Que é só tua - e eu jamais a esqueceria!

Mais um ano te veio e qualquer dia
Virá outro... Mais outro e mais ainda!
Se eu pudesse influir, ah! Essa infinda
Matemática jamais te cessaria.

Rogo, pois, com fervor, ao Pai Sagrado
Que te dê paz, saúde e amor ao lado
Dos teus pais, teus amigos, filho e manos,

Que hoje os anjos te cantem em serenata...
Parabéns de verdade! E que esta data
Se repita por infinitos anos.


Campina Grande – junho de 2000

FLORES MORTAS

Quanta jura de amor ela fazia,
Quanta jura lhe fiz... Fizemos crer
Que eu era a razão do seu viver;
Que sem ela eu também não viveria.

Era imensa a paixão que nos unia...
O desejo entre nós nos fez tremer!
Era quase loucura se prever
Que essa história tão breve acabaria.

E acabou... Quando um mero preconceito
Arruinou o castelo por nós feito...
Nos escombros do sonho hoje vivemos

Um desfecho cruel de amor sinistro...
Só nos restam meus versos por registro
Dessa louca paixão que nós tivemos.


Campina Grande, maio de 2000

sexta-feira, 9 de maio de 2008

SOLIDÃO

Apartamento... Palco dos amores
Das noites quentes; dos dias floridos...
Ouvias dela divinais gemidos
Na plenitude dos nossos fervores.

Por que eu tive, contra os seus pudores,
De trazer à tona fatos esquecidos?
Ao pedir perdões que não são ouvidos
Amargo sozinho todas minhas dores.

À brisa mansa de tua janela
Se me debruço... Só lembranças dela...
Digas pra ela, solitário amigo,

Que hoje em dia - pra tristeza minha,
Ela te adentra pra dormir sozinha
E eu, sem ela, tento e não consigo.

Campina Grande, Setembro de 2002.

MELANCOLIA

Morre a tarde... Estou com medo de mim...
Na praça que escolhi para externar o meu vazio
Caminha incansável multidão.
Flagro-me a caminhar sem sombra...
Ninguém me vê... Ninguém sorri...
Absorto, nos mais desconexos pensamentos,
Imagino-os, também, com medo de si.
Meu olhar impertinente se perde
Nas entrelinhas de uma lembrança fosca...
- Estarei sepultando minhas emoções?
Refletores e holofotes transportam a noite para o dia.
Está muito claro!
Mas, claro, não há uma centelha de luz...
Entre a nefasta brisa que me açoita
Ouço o sombrio zumbido da solidão.
De que me vale esta praça cheia
Se ninguém escuta aos meus gemidos;
Meus sussurros... Os meus ais?
Um bêbado, desnorteado, acaba de perder seu transporte.
Investe contra um mendigo que ironicamente
Cobra-lhe o ato
- Acaba de perder sua última postura!
Observo um transeunte que nega uma esmola a um pedinte
De quem posso desenhar os pensamentos.
E a noite prossegue com seus medos; as suas fadigas,
Os seus fantasmas...
Estou com medo de mim...
Nenhum aceno; nenhuma graça...
Nenhum sinal de humanidade...
Sinistro e solitário, um débil morcego surge do nada;
Erra-me a pontaria e desaparece no sem fim...
E leva, nas suas desajeitadas asas,
Os meus últimos resquícios de inspiração.
Brutalmente me transporta a essa realidade imaginária...
Por onde andará minha última lembrança?
Onde irei ruminar minha última esperança?
Vou reunir as emoções remanescentes
Da minha última alegria;
Ignorar minha débil permanência
Nesse torrencial vale de lágrimas;
Travestir-me de risos e de boas noites;
Aproveitar-me desse louco instante de lucidez
E enfiar-me incontinente nessa multidão.
Eu vou embora...
Eu não sou daqui!



Campina Grande, março de 2003

SÚPLICA

Não, minha musa, não te vá embora!
A tempestade há de cessar... Tufões
Seriam sopros ante as emoções
De bem querer, deste, que te adora.

Ide, poetisa, com grandeza, agora,
Cumprir serena tuas provações,
E sofreando em tuas canções
Cantar teus versos pela estrada a fora.

Ainda temos mais pores de sóis,
Muitas auroras; tantos arrebóis...
Toda uma vida que de ti precisa!

Vivas, que a vida tende à cor-de-rosa
E do teu ventre, por nascer, chorosa
Suspira a tua Maria Luiza.

Campina Grande – outubro de 2001

A DISCUSSÃO DO ENSINO ANTIGO COM O ENSINO MODERNO

ANTIGO- Eu venho dos opressores;
Nasci de um regime austero!
Com cediços professores
Venho ensinar o que eu quero.
Tiro do livro a lição
E imponho uma educação
Puramente radical.
Sou mestre e não sou amigo;
Eu sou o ENSINO ANTIGO;
Me chamo TRADICIONAL!

MODERNO- Eu sou um ensino novo,
Nasci da necessidade
Da integração do povo
À sua sociedade.
Debato, ensino e aprendo,
Pesquiso em vídeos ou lendo
Em jornal, livro ou revista.
Serei seu amigo eterno,
Me chamo ENSINO MODERNO,
Sou INTERACIONISTA!

A- Na minha concepção,
Na classe aluno não fala.
Por falta de educação
É logo expulso da sala!
Afinal de contas eu
Não posso perder o meu
Tempo com coisas banais.
Aluno é só para ouvir,
Fazer o que eu sugerir,
Ser passivo e nada mais.

M-Eu escuto e incentivo,
Dou-lhe vez e o oriento;
Entendo que ele, ativo,
Tem mais aproveitamento.
Ensino-lhe o que me cabe,
Aproveito o que ele sabe,
Não sou mero professor.
Estimulo o seu progresso.
Portanto, neste processo
Eu sou um mediador.

A- Eu inicio e concluo
Criticando aos reprovados,
Pois sou correto, possuo
Programas pré-fabricados.
Para aluno inteligente
O livro é suficiente,
Conversa, enfim, não tem graça.
Eu lanço a educação,
Ensino, tomo a lição;
O restante, ele que o faça!

M- Eu pesquiso; eu examino
Qualquer possibilidade
Que possa unir o ensino
À sua realidade.
O aluno constrói temas;
Eu esclareço os problemas,
Preparando-lhe pra vida.
Além da educação,
A escola é a extensão
Do seu lar; da sua lida.

A- Nos tempos que já se somem
Eu disse, com o MOBRAL,
Que tem que ter pátria, o homem,
Educação e moral.
Que a educação primária
É meta prioritária:
Se o aluno assina o nome
Já é cidadão e vota,
A vida muda de rota
E não morrerá mais de fome.

M- Asseguro, no presente,
Que ele tem outras razões;
Que precisa urgentemente
Desenvolver profissões.
Assim, criei disciplinas
Onde ele tem oficinas
Pra lapidar seu talento.
Quando já possui a prática,
Com a ajuda da didática
Seu sucesso é cem por cento.

M- E assim vou seguindo aos poucos
Construindo a minha história:
Sem mentir, sem fazer loucos,
Sem ferir, sem palmatória.
Dentro da necessidade
De cada comunidade
Quero orientar meu povo,
Torná-lo culto e feliz
LEVANDO A TODO O PAÍS
A LUZ DO ENSINO NOVO.


Campina Grande. Outubro de 2000.

PIXÔ

Em memória do
cão, pixô, encontrado
morto em um matagal.


Companheiro de riso e sofrimento,
Guardião do meu lar, fiel soldado.
Incansável escudeiro... Malfadado
Nas ruínas do envelhecimento.

Não nos abandonaste um só momento,
Mas, gemeste sem nos querer ao lado
Nos poupando da dor. Eu, consternado,
Te eternizo meu reconhecimento.

Rogo a Deus que tu tenhas novo dono...
Se aqui foste fiel, o abandono
Não será tua paga aonde fores.

Meu terreiro sombrio está calado,
Mas, teu nome, pixô, será lembrado
E guardado no rol das nossas dores.


Campina Grande, janeiro de 2000

DESABAFO

Novamente chegaste, forasteira...
Encontrando-me indefeso; tão sozinho!
Invadiste minh’alma e, sorrateira,
Tu deixaste meu peito em desalinho.

Enganaste-me outra vez... Mais que a primeira!
Foi teu gesto tão fútil; tão mesquinho
Que ousei conclamar-te aventureira:
Pois são vistos teus pés nesse caminho.

Quem és tu afinal? O que tu queres?
Como ousas viver duas mulheres
Se não tens pra nenhuma um ideal?

Desças, pois, ao teu mundo podre e, inerme,
Possa ser que na lama, em algum verme,
Reconheças teu nome original.


Campina Grande, janeiro de 2000

quarta-feira, 7 de maio de 2008

INSÔNIA

Hoje, a solidão me expulsou da cama...
Era muito tarde e não adormecia
Nem se atenuava a lembrança, a chama
Que me incendiava; que me consumia.

Fui pedir ajuda aos céus pro o meu drama...
Ao fitá-lo, estrelas tão somente via!
Se tudo é possível quando a gente ama,
Entre todas elas eu te distinguia.

Gritei que te amo pra distância imensa...
Tu de lá me ouvias e de recompensa
Me mandavas beijos em divino estilo!

Já bastavam as juras que me enviavas...
Quando aos céus bradaste o quanto me amavas,
Zombei da insônia e fui dormir tranqüilo.



Campina Grande, l2 de outubro de l999.

DESENCONTRO

Escrevi um poema em tua agenda
Numa página de um mês anterior.
Não foi vã coincidência, pois o amor
Te estancara na data dessa prenda.

E eu te idolatrei, e te fiz lenda!
Tu partiste... Aguardei curtindo a dor,
Me trancando em meu mundo interior
Pra doar-te outra vez como oferenda.

Tu voltaste... Indefeso, abri meus braços,
Ebriamente volvi aos teus abraços
Me julgando inda ser teu doce amado.

Mas no teu coração sombrio - e terno,
Igualmente ao poema do caderno,
Nosso amor tão recente era passado...


Campina Grande, janeiro de l999.