Esperei todo o janeiro
Pra renovar meu abraço.
Depois veio fevereiro,
Consequentemente março,
Abril, maio, junho e julho,
Agosto e, pra meu orgulho
Do ano passei do meio.
Setembro, outubro e novembro
Se foram... E com dezembro
Graças a Deus você veio!
Você veio nos trazer
Tantas saudosas lembranças,
Hoje vamos, com prazer,
Retornar a ser crianças:
Contar as mesmas piadas,
Dar as mesmas gargalhadas,
Soltar-nos sem ver perigo;
Cantar pular e beber...
Meu Deus, como e bom lhe ver,
Como é bom ser seu amigo!
Que Deus mantenha este laço
De afeto que nos liga,
Pra que a extensão deste abraço
Tome pé, voe e prossiga.
Aqui, onde pro “marmanjo”
Bebidas servem de arranjo,
Tendo as mesas por mobília;
Por cima de qualquer plano
Se reúne todo ano
A nossa GANDE FAMÍLIA.
Muito obrigado a você
Que tamanho esforço fez,
Que se fez por merecer
Estar aqui outra vez.
Ao vê-lo de novo eu fico
Envaidecido e tão rico
Meu peito de amor transborda.
Nesta luz que nos excita
O meu coração saltita
Como quem brinca de corda!
Mas eu quero agradecer
- De alma e de coração -
Principalmente a ”você”
Por um nosso ausente irmão
Que quando daqui mudou-se,
Na sua casa hospedou-se
E quando lhe agradeceu
Da maneira mais cabível
Você foi muito insensível,
Jamais o compreendeu.
E você que ainda insiste
Em brincar de esconde-esconde;
Que não veio, mas tá triste,
Saudoso quem sabe aonde?
Enriquecendo o seu nome,
Que toda glória se some
Á nossa extrema amizade.
Não está só, lhe garanto
Que vou beber o seu pranto,
Vou brindar sua saudade!
Não deixe que a distância
Apague em sua memória
Os seus amigos de infância,
- Capítulos de sua história.
Que tenha luz seu futuro...
E pra que siga seguro
Nessa caminhada sã,
Honestamente me deixe
Que daqui lhe mande um feixe
De raio de sol da manhã!
E a você, amigo meu,
De tanta sinceridade,
Do meu peito para o seu
Reina só fidelidade.
Parabéns pelo bem feito
Casamento, e que em seu leito
Não apareçam empecilhos.
Além de amor e paz,
Que Deus lhe dê muito mais
Que boa esposa e bons filhos!
Muito obrigado a você
Na vida, bem sucedido
E igualmente aquele que
Foi menos favorecido.
Aqui no nosso rebanho
Temos o mesmo tamanho
E a virtude unificada.
Ninguém é mais que ninguém!
Muito obrigado a quem tem
Milhões e a quem não tem nada!
“Amigo é pra se guardar
Do lado esquerdo do peito”.
Se querer, se sublimar,
Se curtir, se ter respeito.
Provar que você existe
Faz minh’alma outrora triste
Safar-se agora em prazer.
Lhe espero no Ano Novo...
Feliz Natal pro seu povo,
Foi bom estar com você!
Campina Grande, l7 de dezembro de l994.
Era o segundo ano (o segundo encontro)
Que me perdoe o leitor por alguma aspereza identificada, mas o poema foi publicado na íntegra.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
MEU AMIGO DE INFÂNCIA I
Como é que vai, meu amigo,
Como você tem passado?
Venha escutar o que eu digo
Sentado aqui ao meu lado!
Hoje meu peito palpita
Na expressão mais bonita
Que consegue um coração.
Se aguçam nossos sentidos...
É que estamos reunidos
Em confraternização.
Conta-me das coisas loucas
Vividas por este mundo.
Nossas horas são tão poucas...
Vivamos cada segundo!
Ah, se o tempo se esticasse
Como que nos abraçasse
Ampliando esta quimera...
Esta fé que nos ostenta
Tem trezentos e sessenta
E cinco dias de espera.
Mas quanta formalidade
Deram à criança que fomos!
Como dói a sociedade
Pro adulto que hoje somos.
Como é mesquinha a missão!
E só por esta razão
Infelizmente não pude
Trazer para a brincadeira
O pinhão, a baleeira,
A pipa e as bolas de gude.
Da SANBRA, o muro, não pude
Pular pra trazer goiabas,
Nem tampouco ir ao Açude
Velho pra trazer piabas...
Nem pude passar depois
No barreiro do arroz,
Onde costumava estar,
Pois gananciosos seres
Acabaram com os prazeres
Que um dia deixei por lá.
Não pude vir no “morcego”
De trem pois, pra ser sensato,
Foi que Wedson, esse “nêgo”
Disse que ficava chato.
Que tamanho eu não mais tinha,
Podia cair na linha...
Me impôs mil empecilhos.
Não é disso aí que venho!
E o pior é que tenho
Que dizer isso aos meus filhos.
Ai, tempo que leva e traz,
Destino que prende e solta,
Dêem-me só uma vez mais
O meu passado de volta!
Em troca lhes ofereço
O que eu tenho; qualquer preço
Por um minuto da vida
Onde eu tive, com vaidade,
Meus tempos de liberdade
Na LIBERDADE querida.
Ah, quem me dera a bonança
De ter de novo essa aurora...
De voltar a ser criança
Por um minuto de agora.
Retornar, com privilégio,
Para os bancos de colégio,
Aos coleguinhas de classe,
Onde a gente se escondesse
Do tempo e ele nos perdesse
E nunca mais se passasse!
E ter você, meu amigo,
Puro e seguramente
Pra poder também, comigo,
Ser criança eternamente.
Viver sem lamentações,
Não perder as ilusões,
Nos homens manter a fé.
Iludido, mas feliz!
Sem prevê que este país
Um dia chegue ao que é.
Mas meu sonho na verdade
Não tá longe de existir...
É real pela metade,
Pois você está aqui.
Embora já crescidinho
Você vem trazer carinho,
A luz da sua presença.
Se um dia errei me perdoe,
Mas que Deus nos abençoe
Pra nunca haver diferença.
Muito obrigado por ter
Atendido ao meu chamado.
Por existir e viver,
Por hoje aqui ter chegado.
Pois neste mundo hoje em dia,
Onde em nada confia
E vê-se em tudo perigo,
É grande a satisfação
De apertar sua mão
E lhe chamar MEU AMIGO!
Campina Grande, 18 de dezembro de 1993.
(Composto no primeiro encontro dos amigos de infância do Colégio da Liberdade)
Como você tem passado?
Venha escutar o que eu digo
Sentado aqui ao meu lado!
Hoje meu peito palpita
Na expressão mais bonita
Que consegue um coração.
Se aguçam nossos sentidos...
É que estamos reunidos
Em confraternização.
Conta-me das coisas loucas
Vividas por este mundo.
Nossas horas são tão poucas...
Vivamos cada segundo!
Ah, se o tempo se esticasse
Como que nos abraçasse
Ampliando esta quimera...
Esta fé que nos ostenta
Tem trezentos e sessenta
E cinco dias de espera.
Mas quanta formalidade
Deram à criança que fomos!
Como dói a sociedade
Pro adulto que hoje somos.
Como é mesquinha a missão!
E só por esta razão
Infelizmente não pude
Trazer para a brincadeira
O pinhão, a baleeira,
A pipa e as bolas de gude.
Da SANBRA, o muro, não pude
Pular pra trazer goiabas,
Nem tampouco ir ao Açude
Velho pra trazer piabas...
Nem pude passar depois
No barreiro do arroz,
Onde costumava estar,
Pois gananciosos seres
Acabaram com os prazeres
Que um dia deixei por lá.
Não pude vir no “morcego”
De trem pois, pra ser sensato,
Foi que Wedson, esse “nêgo”
Disse que ficava chato.
Que tamanho eu não mais tinha,
Podia cair na linha...
Me impôs mil empecilhos.
Não é disso aí que venho!
E o pior é que tenho
Que dizer isso aos meus filhos.
Ai, tempo que leva e traz,
Destino que prende e solta,
Dêem-me só uma vez mais
O meu passado de volta!
Em troca lhes ofereço
O que eu tenho; qualquer preço
Por um minuto da vida
Onde eu tive, com vaidade,
Meus tempos de liberdade
Na LIBERDADE querida.
Ah, quem me dera a bonança
De ter de novo essa aurora...
De voltar a ser criança
Por um minuto de agora.
Retornar, com privilégio,
Para os bancos de colégio,
Aos coleguinhas de classe,
Onde a gente se escondesse
Do tempo e ele nos perdesse
E nunca mais se passasse!
E ter você, meu amigo,
Puro e seguramente
Pra poder também, comigo,
Ser criança eternamente.
Viver sem lamentações,
Não perder as ilusões,
Nos homens manter a fé.
Iludido, mas feliz!
Sem prevê que este país
Um dia chegue ao que é.
Mas meu sonho na verdade
Não tá longe de existir...
É real pela metade,
Pois você está aqui.
Embora já crescidinho
Você vem trazer carinho,
A luz da sua presença.
Se um dia errei me perdoe,
Mas que Deus nos abençoe
Pra nunca haver diferença.
Muito obrigado por ter
Atendido ao meu chamado.
Por existir e viver,
Por hoje aqui ter chegado.
Pois neste mundo hoje em dia,
Onde em nada confia
E vê-se em tudo perigo,
É grande a satisfação
De apertar sua mão
E lhe chamar MEU AMIGO!
Campina Grande, 18 de dezembro de 1993.
(Composto no primeiro encontro dos amigos de infância do Colégio da Liberdade)
quinta-feira, 9 de julho de 2009
QUATRO ESTROFES PRA MAMÃE
Vou lembrar mamãe agora
De forma branda e singela,
Mesmo porque lembrar ela
Me acontece a toda hora.
Meu peito saudoso chora,
Minh’alma se distancia.
Buscando aquela que um dia
Foi minha melhor parceira,
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
Lembro-me bem de uma “peia”
Que mãe me deu, no passado,
Por eu pegar um “puxado”
Brincando no pó da areia.
Mas à noite, após a ceia,
Decerto eu descansaria!
Enquanto ela não dormia
Junto à minha cabeceira...
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
Nesses seus cuidados tantos,
Às vezes se angustiava
Se acaso eu choramingava
Buscando o ar pelos cantos.
Mamãe, já chegando aos prantos,
Me abanava e me cobria.
Que falta eu sinto hoje em dia
Da minha santa enfermeira!
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
Um dia o destino atroz
Numa triste madrugada
Mostrou-me mamãe deitada
Sem luz nos olhos, sem voz.
Nem permitiu seu algoz
Eu escutar nesse dia
Quem jamais me deixaria
Sem a bênção derradeira.
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
(Dedico, "in memoriam", à Dona Neide mãe do Poeta Rangel Júnior)
Campina Grande, julho de 2009.
De forma branda e singela,
Mesmo porque lembrar ela
Me acontece a toda hora.
Meu peito saudoso chora,
Minh’alma se distancia.
Buscando aquela que um dia
Foi minha melhor parceira,
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
Lembro-me bem de uma “peia”
Que mãe me deu, no passado,
Por eu pegar um “puxado”
Brincando no pó da areia.
Mas à noite, após a ceia,
Decerto eu descansaria!
Enquanto ela não dormia
Junto à minha cabeceira...
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
Nesses seus cuidados tantos,
Às vezes se angustiava
Se acaso eu choramingava
Buscando o ar pelos cantos.
Mamãe, já chegando aos prantos,
Me abanava e me cobria.
Que falta eu sinto hoje em dia
Da minha santa enfermeira!
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
Um dia o destino atroz
Numa triste madrugada
Mostrou-me mamãe deitada
Sem luz nos olhos, sem voz.
Nem permitiu seu algoz
Eu escutar nesse dia
Quem jamais me deixaria
Sem a bênção derradeira.
“A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA”.
(Dedico, "in memoriam", à Dona Neide mãe do Poeta Rangel Júnior)
Campina Grande, julho de 2009.
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