sexta-feira, 7 de junho de 2019
100 ANOS DE JACKSON DO PANDEIRO
No mais longe recanto brasileiro
Do Sudeste, do Sul, Nordeste ou Norte
Onde houver um forró soará forte
A lembrança de Jackson do Pandeiro.
Descendente de um povo humilde e ordeiro
Demonstrou pra cantar um dom febril
Logo viu-se um talento pastoril
Ascender muito além do chão ardente
Galgar fama e ser merecidamente
O maior ritmista do Brasil.
Campina Grande - junho de 2019.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
UMA GLOSA
Eu pedi a meu Deus que não deixasse
Nunca mais eu ferir teus sentimentos
E esforcei-me, te juro, alguns momentos
Pra que a jura, enfim, concretizasse.
Não previ que uma “dose” nos pegasse
E eu tivesse que agir pela razão,
No intuito de dar-te a proteção
No momento o que vi, isso eu não nego,
Era a cega guiada por um cego
E eu pequei por querer te dar visão.
Campina Grande, e eu não lembro quando... Estava tudo turvo...
Meu delírio
Meu delírio é não mais ver
A minha rosa orvalhada,
Pois o sol do entardecer
Tingiu-a com o pó da estrada.
Alfrânio
TEU SILÊNCIO (mote)
TEU SILÊNCIO É UM PUNHAL
SANGRANDO O MEU CORAÇÃO
Teu silêncio é mais que um grito
De tristeza e amargura
De um ébrio na noite escura
Suplicando ao infinito.
É como um manjar maldito
Para minha refeição.
Não sei qual sua intenção,
Eu só sei que me faz mal.
TEU SILÊNCIO É UM PUNHAL
SANGRANDO MEU CORAÇÃO.
Teu silêncio é a má sorte,
Me pisa e deixa um fiasco,
É como fosse um carrasco
Dando sentença de morte.
É uma tristeza tão forte
Como estrondo de trovão.
E essa degustação
Tem gosto de açúcar e sal.
TEU SILÊNCIO É UM PUNHAL
SANGRANDO MEU CORAÇÃO.
Teu silêncio é uma estrada
Que ninguém sabe aonde leva;
Em vez de luz traz a treva
Da sombria madrugada.
Uma pista esburacada
E sem sinalização,
Aonde qualquer cristão
Confiante se dá mal.
TEU SILÊNCIO É UM PUNHAL
SANGRANDO MEU CORAÇÃO.
Teu silêncio é como um fogo
Ardendo em minhas entranhas,
Um cardume de piranhas
Me disputando num jogo.
É um padre demagogo
Fazendo uma extrema unção;
É como uma inundação
De chuva torrencial.
TEU SILÊNCIO É UM PUNHAL
SANGRANDO MEU CORAÇÃO.
MEMÓRIAS DE PEDRINHO (Cordel)
Ou "O drama de um menino herói"
Eu conhecia Pedrinho.
Nasceu pobre e sem carinho
Na Fazenda Solidão.
Pedrinho não tinha amigos;
Vivia sob os castigos
Impostos por seu irmão.
Sem pai, Pedrinho vivia;
Sem conhecer harmonia,
Sua mãe, velha e cansada.
Naquele lar descontente
Praquele pobre inocente
A vida não era nada.
Ele não tinha parceiro
Para brincar no terreiro
- Não tinha amigos! Porém,
Tinha consigo a vontade
De vir morar na cidade:
Como os camponeses têm.
Sonhava um mar de brinquedos,
Sair daqueles degredos:
Da solidão; do deserto.
Sonhava um céu de amigos,
Sair daqueles castigos,
Daquele futuro incerto.
Um dia a mãe de Pedrinho
Morreu e o pobrezinho
Ficou por conta do irmão
Que, depois de certa idade
Fora morar na cidade,
Vendendo seu doce chão.
E lá, Pedrinho, coitado,
Não tinha mamãe de lado
Nem seu irmão o ligava.
Ninguém lhe tinha cuidado
E em um menino levado
Pedrinho se transformava.
E a mercê do destino
Lá vai aquele menino
Nas ruas perambulando...
Dormindo sempre ao relento,
Por falta de acalento,
De um de outro apanhando.
Um vulto pequeno e triste
Somente na rua existe
Por volta da madrugada...
É Pedrinho que caminha
Onde ninguém acarinha
Sua cabeça cansada.
Aquele corpo pequeno
Molhado pelo sereno
Por fim adormece triste
Numa parede, encostado,
Aquele corpo cansado.
Só a madrugada assiste.
Às vezes interrompido
Por rumor ou estampido
De um automóvel que passa...
Daí, Pedrinho se acorda
Quando uma lágrima transborda
Dos seus olhinhos sem graça.
É de manhã... E Pedrinho
Pensa chorando sozinho:
Seria bom se voltasse?
E vem trilhando o caminho...
Ainda chove e, em carinho,
A brisa lhe beija a face.
Chega em casa, olha pra porta...
Pedrinho já não suporta
O medo que lhe afugenta.
Seu irmão o vê em frente...
Pedrinho vai novamente
Pra punição violenta.
Nenhuma escola o aceitava...
Pedrinho ninguém amava,
‘Tava jogado na rua...
Dos meninos que tentava
A amizade, não ganhava;
Não trocavam pela sua.
Ficava no paredão
Olhando a animação
Dos felizes que brincavam...
Pedia que lhe aceitassem,
Pra que junto eles brincassem.
Porém todos se negavam.
Ele ali ficava olhando
Por muito tempo e chorando
Até que tudo acabava...
Ele enxugava os olhinhos,
Voltava pelos caminhos
Por onde peregrinava.
Até que um dia, implorando,
De muito pedir chorando
Conseguiu matricular-se.
Voltou pra casa correndo...
Coitado, estava temendo
Que ninguém o aceitasse.
A roupinha de Pedrinho,
O lápis, o seu livrinho,
Não eram novos, nem belos.
Como, sapatos não tinha,
Sem ter recalques, lá vinha
Pedrinho com seus chinelos.
Pouco a pouco foi Pedrinho
Levado pelo caminho
Do estudo e do saber...
Não tendo amigos ainda,
Mas, com confiança infinda
Pedrinho pôs-se a vencer.
Mas, sempre ali sucumbido;
Lá no seu canto esquecido,
Sem ter amigos, Pedrinho.
Já que ninguém o queria
Pobre menino fazia
Suas tarefas sozinho.
Um dia, quando ao recreio,
Um fio partiu-se ao meio
Causando dano e transtorno.
O prédio se incendiava
E aquela gente ficava
Toda exposta àquele forno.
Saíram muito, porém,
Como existiam também
Pequeninos inocentes,
Em pânico, nem os ligavam
E os meninos ficavam
Mercê das chamas ardentes.
Em pânico, os professores
Presenciavam os horrores
Do fogo devorador.
As chamas fortes, ardentes;
Os gritos dos inocentes,
A grande cena de horror.
Só se via de Pedrinho
O vulto pequenininho
Que entre as chamas corria.
Queimando as suas mãozinhas.
Pegava seus coleguinhas
De um por um e trazia.
Dava uma volta e lá vinha
Queimando a sua roupinha;
A sua pele, o seu rosto,
Trazendo mais um colega
De dentro da chama cega
Que atacava com gosto.
Ninguém, somente Pedrinho
Arriscava seu corpinho
Que se queimava nas chamas.
Todo esforço ele exercia
E aquele povo assistia
O mais horrível dos dramas.
Passou-se mais um momento,
Acabou-se o salvamento
O fogo não mais queimava
Aqueles pobres inocentes...
Mas, entre aqueles viventes
Pedrinho não mais estava.
O fogo bravo queimara,
Tudo se desmoronara
Naquela cena voraz
E todos, lá de um cantinho
Esperavam por Pedrinho
Que foi e não voltou mais.
Depois que tudo passou,
Que toda a chama apagou,
Saíram abrindo caminho
E viram que lá adiante
Na cinza carbonizante
Estava o pobre Pedrinho.
O seu corpinho sem vida
Mostrava o fim da partida:
Pedrinho não se mexia...
Dali, então, o levaram,
Num sepulcro o colocaram
E ali Pedrinho dormia.
Hoje, já não vaga mais;
Já não peregrina mais
Nas madrugadas desertas;
Já não anda mais Pedrinho
No seu incerto caminho
Naquelas ruas incertas.
Hoje a brisa não mais beija
A figurinha andareja
No seu desfile ao relento.
Também, nem mais o sereno
Molha seu corpo pequeno
Com marcas de sofrimento.
No grupo onde ele estudou,
O diretor colocou
Em cada classe um retrato
E embaixo um cartãozinho
Dizendo: Perdão Pedrinho,
Eu sempre te serei grato.
E hoje quem ver seu túmulo
Vai presenciar o cúmulo
Do amor e da gratidão.
Cheio de flores bonitas
E por todo lado, escritas
Frases de recordação.
Mora Pedrinho hoje em dia
Na mais perfeita harmonia
No paraíso com Deus.
Lá não irá mais morrer,
Nem irá mais responder
Por nenhum dos atos seus.
Campina Grande, setembro de 1975
Eu conhecia Pedrinho.
Nasceu pobre e sem carinho
Na Fazenda Solidão.
Pedrinho não tinha amigos;
Vivia sob os castigos
Impostos por seu irmão.
Sem pai, Pedrinho vivia;
Sem conhecer harmonia,
Sua mãe, velha e cansada.
Naquele lar descontente
Praquele pobre inocente
A vida não era nada.
Ele não tinha parceiro
Para brincar no terreiro
- Não tinha amigos! Porém,
Tinha consigo a vontade
De vir morar na cidade:
Como os camponeses têm.
Sonhava um mar de brinquedos,
Sair daqueles degredos:
Da solidão; do deserto.
Sonhava um céu de amigos,
Sair daqueles castigos,
Daquele futuro incerto.
Um dia a mãe de Pedrinho
Morreu e o pobrezinho
Ficou por conta do irmão
Que, depois de certa idade
Fora morar na cidade,
Vendendo seu doce chão.
E lá, Pedrinho, coitado,
Não tinha mamãe de lado
Nem seu irmão o ligava.
Ninguém lhe tinha cuidado
E em um menino levado
Pedrinho se transformava.
E a mercê do destino
Lá vai aquele menino
Nas ruas perambulando...
Dormindo sempre ao relento,
Por falta de acalento,
De um de outro apanhando.
Um vulto pequeno e triste
Somente na rua existe
Por volta da madrugada...
É Pedrinho que caminha
Onde ninguém acarinha
Sua cabeça cansada.
Aquele corpo pequeno
Molhado pelo sereno
Por fim adormece triste
Numa parede, encostado,
Aquele corpo cansado.
Só a madrugada assiste.
Às vezes interrompido
Por rumor ou estampido
De um automóvel que passa...
Daí, Pedrinho se acorda
Quando uma lágrima transborda
Dos seus olhinhos sem graça.
É de manhã... E Pedrinho
Pensa chorando sozinho:
Seria bom se voltasse?
E vem trilhando o caminho...
Ainda chove e, em carinho,
A brisa lhe beija a face.
Chega em casa, olha pra porta...
Pedrinho já não suporta
O medo que lhe afugenta.
Seu irmão o vê em frente...
Pedrinho vai novamente
Pra punição violenta.
Nenhuma escola o aceitava...
Pedrinho ninguém amava,
‘Tava jogado na rua...
Dos meninos que tentava
A amizade, não ganhava;
Não trocavam pela sua.
Ficava no paredão
Olhando a animação
Dos felizes que brincavam...
Pedia que lhe aceitassem,
Pra que junto eles brincassem.
Porém todos se negavam.
Ele ali ficava olhando
Por muito tempo e chorando
Até que tudo acabava...
Ele enxugava os olhinhos,
Voltava pelos caminhos
Por onde peregrinava.
Até que um dia, implorando,
De muito pedir chorando
Conseguiu matricular-se.
Voltou pra casa correndo...
Coitado, estava temendo
Que ninguém o aceitasse.
A roupinha de Pedrinho,
O lápis, o seu livrinho,
Não eram novos, nem belos.
Como, sapatos não tinha,
Sem ter recalques, lá vinha
Pedrinho com seus chinelos.
Pouco a pouco foi Pedrinho
Levado pelo caminho
Do estudo e do saber...
Não tendo amigos ainda,
Mas, com confiança infinda
Pedrinho pôs-se a vencer.
Mas, sempre ali sucumbido;
Lá no seu canto esquecido,
Sem ter amigos, Pedrinho.
Já que ninguém o queria
Pobre menino fazia
Suas tarefas sozinho.
Um dia, quando ao recreio,
Um fio partiu-se ao meio
Causando dano e transtorno.
O prédio se incendiava
E aquela gente ficava
Toda exposta àquele forno.
Saíram muito, porém,
Como existiam também
Pequeninos inocentes,
Em pânico, nem os ligavam
E os meninos ficavam
Mercê das chamas ardentes.
Em pânico, os professores
Presenciavam os horrores
Do fogo devorador.
As chamas fortes, ardentes;
Os gritos dos inocentes,
A grande cena de horror.
Só se via de Pedrinho
O vulto pequenininho
Que entre as chamas corria.
Queimando as suas mãozinhas.
Pegava seus coleguinhas
De um por um e trazia.
Dava uma volta e lá vinha
Queimando a sua roupinha;
A sua pele, o seu rosto,
Trazendo mais um colega
De dentro da chama cega
Que atacava com gosto.
Ninguém, somente Pedrinho
Arriscava seu corpinho
Que se queimava nas chamas.
Todo esforço ele exercia
E aquele povo assistia
O mais horrível dos dramas.
Passou-se mais um momento,
Acabou-se o salvamento
O fogo não mais queimava
Aqueles pobres inocentes...
Mas, entre aqueles viventes
Pedrinho não mais estava.
O fogo bravo queimara,
Tudo se desmoronara
Naquela cena voraz
E todos, lá de um cantinho
Esperavam por Pedrinho
Que foi e não voltou mais.
Depois que tudo passou,
Que toda a chama apagou,
Saíram abrindo caminho
E viram que lá adiante
Na cinza carbonizante
Estava o pobre Pedrinho.
O seu corpinho sem vida
Mostrava o fim da partida:
Pedrinho não se mexia...
Dali, então, o levaram,
Num sepulcro o colocaram
E ali Pedrinho dormia.
Hoje, já não vaga mais;
Já não peregrina mais
Nas madrugadas desertas;
Já não anda mais Pedrinho
No seu incerto caminho
Naquelas ruas incertas.
Hoje a brisa não mais beija
A figurinha andareja
No seu desfile ao relento.
Também, nem mais o sereno
Molha seu corpo pequeno
Com marcas de sofrimento.
No grupo onde ele estudou,
O diretor colocou
Em cada classe um retrato
E embaixo um cartãozinho
Dizendo: Perdão Pedrinho,
Eu sempre te serei grato.
E hoje quem ver seu túmulo
Vai presenciar o cúmulo
Do amor e da gratidão.
Cheio de flores bonitas
E por todo lado, escritas
Frases de recordação.
Mora Pedrinho hoje em dia
Na mais perfeita harmonia
No paraíso com Deus.
Lá não irá mais morrer,
Nem irá mais responder
Por nenhum dos atos seus.
Campina Grande, setembro de 1975
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
"NÃO HÁ SAUDADE SEM DOR / NEM PAIXÃO SEM SOFRIMENTO"
(Mote de Prof. Jeremias Jerônimo)
Depois do “adeus”, tendo em vista
O meu peito em contração,
Pensando em ser “coração”
Fui ao especialista,
Que só achou como pista
O fim do meu casamento.
Não passou medicamento,
Somente disse o doutor:
"NÃO HÁ SAUDADE SEM DOR
NEM PAIXÃO SEM SOFRIMENTO".
agosto de 2011.
“VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR / SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER”.
(Aproveitando o mote dado aos Nonatos)
Você pode insistir que eu não mereço
Ser o seu “João Batista” ou seu poeta,
Você pode pedir, bem mais discreta,
Que eu esqueça de vez seu endereço.
Esquecer seu pedido eu não esqueço,
Só não posso de pronto lhe atender ,
E o motivo só posso lhe dizer
Quando um dia, talvez, me procurar...
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode querer ficar distante
E tentar me varrer da sua história,
Mas vou sempre habitar sua memória
Como amor, como amigo ou como amante.
Garantir de uma vez ninguém garante
Que essa história não volte a acontecer!
Mas a vida é um moinho e por moer
Faz o rio de novo retornar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode pedir que eu lhe esqueça
Que me ausente e que deixe a sua vida
Mas é coisa demais pra ser pedida
É querer decepar minha cabeça.
É querer me pedir que eu amanheça
Sem sequer um motivo pra viver,
Pois querer me impedir de lhe querer
É querer morto-vivo me enterrar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER
Você pode fugir dos meus anseios,
Não querer meus carinhos novamente,
Você pode mostra-se indiferente,
Pode até nem ler mais os meus e-mails.
Mas meu beijo e os meus toques nos seus seios
Lhe fazer todo corpo estremecer
E a maneira que tenho de lhe ter
Isto é coisa demais pra se apagar!
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode evitar-me a companhia
Não lembrar quantas vezes nos meus braços
Já saltou, e o vigor dos meus abraços
Lhe apertar com ternura e energia.
Meu calor sobre o seu na noite fria
Lhe fazer todo o corpo se acender,
O meu jeito impulsivo de querer,
Seu jeitinho dengoso de aceitar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode ausentar-se e conseguir
Se esquivar dos abraços e meus beijos,
Mas não pode esquivar-se dos desejos
Que te guardo nas horas de dormir.
Me restando a proposta de fingir
Possuindo o teu corpo e o teu ser
Me concentro e me deixo acontecer
Nesta sede incessante de te amar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER
Você pode implorar todos os dias
Que eu esqueça os momentos que passamos,
Dos distintos locais que nos amamos,
Nossos gostos e as nossas fantasias.
Você pode esquecer as agonias
Dos momentos sofridos sem lhe ver,
Se não possa o amor reconhecer
Nunca mais se conjugue o verbo amar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Alfrânio Gomes de Brito
Campina Grande, 29 de março de 2009.
Você pode insistir que eu não mereço
Ser o seu “João Batista” ou seu poeta,
Você pode pedir, bem mais discreta,
Que eu esqueça de vez seu endereço.
Esquecer seu pedido eu não esqueço,
Só não posso de pronto lhe atender ,
E o motivo só posso lhe dizer
Quando um dia, talvez, me procurar...
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode querer ficar distante
E tentar me varrer da sua história,
Mas vou sempre habitar sua memória
Como amor, como amigo ou como amante.
Garantir de uma vez ninguém garante
Que essa história não volte a acontecer!
Mas a vida é um moinho e por moer
Faz o rio de novo retornar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode pedir que eu lhe esqueça
Que me ausente e que deixe a sua vida
Mas é coisa demais pra ser pedida
É querer decepar minha cabeça.
É querer me pedir que eu amanheça
Sem sequer um motivo pra viver,
Pois querer me impedir de lhe querer
É querer morto-vivo me enterrar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER
Você pode fugir dos meus anseios,
Não querer meus carinhos novamente,
Você pode mostra-se indiferente,
Pode até nem ler mais os meus e-mails.
Mas meu beijo e os meus toques nos seus seios
Lhe fazer todo corpo estremecer
E a maneira que tenho de lhe ter
Isto é coisa demais pra se apagar!
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode evitar-me a companhia
Não lembrar quantas vezes nos meus braços
Já saltou, e o vigor dos meus abraços
Lhe apertar com ternura e energia.
Meu calor sobre o seu na noite fria
Lhe fazer todo o corpo se acender,
O meu jeito impulsivo de querer,
Seu jeitinho dengoso de aceitar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Você pode ausentar-se e conseguir
Se esquivar dos abraços e meus beijos,
Mas não pode esquivar-se dos desejos
Que te guardo nas horas de dormir.
Me restando a proposta de fingir
Possuindo o teu corpo e o teu ser
Me concentro e me deixo acontecer
Nesta sede incessante de te amar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER
Você pode implorar todos os dias
Que eu esqueça os momentos que passamos,
Dos distintos locais que nos amamos,
Nossos gostos e as nossas fantasias.
Você pode esquecer as agonias
Dos momentos sofridos sem lhe ver,
Se não possa o amor reconhecer
Nunca mais se conjugue o verbo amar
VOCÊ PODE PEDIR PRA EU ME AFASTAR
SÓ NÃO PODE OBRIGAR-ME A LHE ESQUECER.
Alfrânio Gomes de Brito
Campina Grande, 29 de março de 2009.
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